Amós 7,12-15 – Salmo 84 – Efésios 1,3-14 – Marcos 6,7-13
O tema da Palavra de Deus, hoje é a missão de anunciar e testemunhar o Evangelho. A Oração antes das leituras já nos orienta nesse sentido, ao afirmar que Deus “mostra a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho”. O Evangelho é a Verdade sobre Deus e sobre a pessoa humana. Pelo pecado, o mundo inteiro ficou sob o poder do maligno (1Jo 5,19). Há, portanto, uma oposição entre o espírito do mundo e o Evangelho, uma dificuldade em aceitar o Evangelho, por parte do mundo. Ao pecar a pessoa humana perdeu a percepção de sua dependência absoluta de Deus e colocou sua confiança nas criaturas, no dinheiro, no poder, na fama e no prestígio, no amor que as criaturas lhe devotam e não mais em Deus.

Converteu-se às criaturas e criou uma aversão a Deus. Por isso, na Leitura do Profeta Amós, este é rejeitado por protestar contra um culto a Deus que visava mais o lucro material do que Deus mesmo.O Salmo é uma oração de pedido de salvação e de conversão a Deus, como fonte da vida da pessoa humana. Coloca Deus na fonte da esperança humana. Deve ser repetido por todo aquele que quer por a sua confiança em Deus.A Leitura da Carta aos Efésios traz o plano de Deus para os que põem a sua esperança em Jesus Cristo (Ef 1,12), o Filho de Deus, que veio para reconduzir os homens das criaturas para Deus, numa aversão às criaturas e uma conversão para Deus.No Evangelho segundo Marcos, Jesus Cristo envia seus discípulos dois a dois, aos pares, como sinal de comunhão de vida. Dois são o Pai e o Filho, que com o Espírito Santo, Espírito de Unidade, são um só Deus. Assim os discípulos são mandados aos pares, para que testemunhem o amor pelo Espírito Santo e assim testemunhem o amor da Santíssima Trindade: dois discípulos tornados um só pelo Espírito Santo. E Jesus dá-lhes poder sobre os espíritos impuros. Os espíritos impuros são os espíritos de toda pessoa humana que coloca sua confiança nas criaturas e não em Deus, sua fonte verdadeira. Tal poder é o poder que leva as pessoas a se converter das criaturas a Deus, a fonte da existência e da vida das pessoas humanas. Jesus Cristo lhes recomenda que nada levem para o caminho, pois devem testemunhar que Deus basta às pessoas humanas e não devem apoiar-se nas criaturas. Também diz para não mudarem de hospedagem para não devorarem os bens daqueles aos quais são enviados (cf. Mt 23,14 e Lc 20,47), mas usarem de parcimônia. Diz para se forem rejeitados, até a poeira que se apegou aos seus pés seja sacudida e nada levarem seja do que for que pertença, numa liberdade total em relação a todos os bens materiais. Os doze partiram em seis duplas e pregavam a conversão das criaturas a Deus, curando numerosos doentes. Essa cura de doentes é uma expressão da cura espiritual das criaturas a Deus que é muito mais importante. A cura das doenças do corpo não garante a salvação, mas a conversão dos ídolos para Deus garante a salvação eterna e uma vida para sempre junto de Deus.